Provedora Adjunta na jornada sobre Género, Mulheres, Juventude, Paz e Segurança

PR Jornada GeneroA Provedora Adjunta de Justiça, Vera Querido, participou no dia 26 na oitava edição da jornada aberta sobre Género, Mulheres, Juventude, Paz e Segurança – Promovendo a participação de Mulheres e Jovens na tomada de decisão na África Ocidental e nos países do Sahel, que decorreu sob o Alto Patrocínio da Presidência da República de Cabo Verde.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca que defendeu a necessidade de esses processos serem apropriados pela sociedade civil e comunidades locais de modo a aprofundar e promover uma cultura da paz e da coesão social.
“O terreno é propício para a aprovação de uma lei da paridade em Cabo Verde e temos igualmente todas as condições para nos agregarmos aos países que têm investido na preservação nesse sector, de modo a assegurarmos a preservação da paz e apoiarmos os processos de negociação para a paz de forma inclusiva e criativa”, considerou.
Para Jorge Carlos Fonseca, a campanha “HeForShe” (Eles por Elas), protagonizada pela Presidência da República em 2015, trouxe resultados positivos a nível do continente africano, ganhos esses que, segundo ele, anima o país a avançar com a aprovação da lei da paridade.
No seu entender, a posição geoestratégica de Cabo Verde e os grandes desafios do país, sobretudo a nível da Violência Baseada no Género (VBG), da participação política e económica insuficientes das mulheres que constituem a maioria da população pobre do país, tornam pertinentes as reflexões sobre a necessidade do país adoptar um plano que promova uma representação cada vez maior das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão nas instituições nacionais, regional e internacionais, bem como nos mecanismos destinados a prevenção, gestão e resolução de conflitos.
Jorge Carlos Fonseca reconheceu os ganhos e o percurso do país no que se refere a igualdade e equidade de género, mas considerou que a representação das mulheres nos órgãos de decisão política a nível nacional e local não reflecte a proporção maioritária sendo que elas constituem a maioria da população cabo-verdiana.
Por outro lado, disse que só será possível equacionar e encontrar soluções para os problemas complexos de paz e de estabilidade em África com o envolvimento da juventude, sendo que a própria demografia, conforme disse, depõe a favor, sendo que 65 por cento (%) da população tem em média 35 ou 40 anos e 40% estão na faixa dos 15 a 30 anos.
“Não há motivos para continuar a ignorar os contributos indispensáveis das mulheres nos processos de resolução de conflitos e manutenção da paz, quando são elas as mais afectadas, por vezes de forma deplorável, envolvendo agressões sexuais e outras formas de violência baseada no género”, constatou.
Assim, o Presidente da República defendeu que a inclusão, a representação das mulheres e jovens nos processos relacionados com a construção da paz e segurança e na sua manutenção deve ser prioridade para a construção de uma paz permanente em cada um dos países e no continente africano.
A jornada aberta é promovida pelo UNOWA liderado pela ONU Mulheres, em parceria com a CEDEAO, o PNUD, UNFPA, FAO e OHCHR (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) e com o alto patrocínio do Presidente da República.
O evento contou com a presença do ministro Adjunto do Primeiro-Ministro para a Integração Regional, Júlio Herbert, da directora Regional da ONU Mulheres, Diana Ofwon, de representantes de organizações regionais e entidades das Nações Unidas do Benim, Burkina-Faso, Cote D’Ivoire, Gambia, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Mauritânia, Nigéria e Togo.